quinta-feira, 27 de março de 2014

Matrioskas

 Meu notebook está ficando meio doido, isso é ruim - inclusive estou no Modo de Segurança, já que o normal não funciona de forma alguma. Imagine, começar My Song Inside e já quebrar tudo! hahah
 Bem, quarta-feira (26, ontem) eu e o pessoal do teatro ficamos encarregados de criar uma história, música ou poema sobre o objeto que define uma pessoa aleatória. Acabei por pegar a estagiaria do teatro e, resumindo, farei algo sobre matrioskas (aquelas bonecas "russas" que vem uma dentro da outra, sabem?).
 Não sei se faço uma pequena historinha ou um poema, estou em uma dúvida terrível! Resolvi então escrever um pouco sobre elas aqui e me basear nisso para deixar minha mente fluir. Que venha o que vier! eheh

" As Matrioskas, bonecas de madeira delicadamente pintadas e torneadas, são colocadas uma dentro da outra em lembrança ao infinito e da certeza de que dentro de tudo sempre existe algo, como em um infinito de surpresas. "

Nisso acredito que já dê para fazer algo bem legal... Vejamos...

" Corrente infinita de donzelas,
ah, tão doce perfeição guardada no fundo
- quantas mais terei eu que abrir?
 Mas conforme o tempo passa mais tenho certeza de que gosto de todas elas
e, assustada, noto que não percebi passar o tempo nem por um segundo
- estava tão inebriada em seu fim descobrir!

 Minhas donzelas me seduzem a cada instante
vão indo do pequeno ao grande
mudando a cada momento seu tom

 Minhas bonecas tão belas me encantam
desenhadas em porcelana com tons finos de pincéis
as cores tão firmes que não serviriam para meros papéis

 Minhas matrioskas, por que são tão atroz?
não me canso de abri-las, talvez eu enlouqueça
 Estou de fato tão longe de seu final,
ou estou apenas a alguns rostos de seu coração oco?
 Seria de fato seu coração tão oco quanto sinto que é
ou não só suas expressões e sorrisos são infinitos,
mas também as surpresas de me fazer perder a voz? "

 Eu realmente não sei se isso ficou bom para uma apresentação, espero que sim. Também não sei se vou apresentar esse mesmo, vai que eu mudo de ideia e crio outra coisa, né? hahah  Mas eu pessoalmente gostei, apesar de achar que poderia ter feito mais.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Mascarade

 Ela chama a si todo o céu com um único sorriso
 E canta, e dança, e se torna leve em todo seu ser
 Ser este que mesmo com tamanha doçura não te poupa aviso
 - Não deixe sua alma escurecer! –

 Mas ah, tão bela mulata
 De olhar impreciso e tão bem arrumada
 Cercada por flores e anéis de prata,
 - Não se permita ser esfarfalhada! –

 Pois em toda sua grandeza e poder
 Que a todos encanta e faz sofrer
 Sei que há ali também certo jeito de arder
 Que muito deve te fazer temer.

Monique's Last Crescendo

  No ar a brisa errante
  Pássaros estão a cantar
  No céu azul as nuvens mergulham
  Sem a paisagem estragar

  Um som de violino que ecoa
  A música que a todos faz vibrar ressoa
  Apenas um sonho distante, mas não ouse se desencorajar
  Saiba que um dia, não tão perto nem tão longe,
  Todos irão te amar

  O bater de asas na janela te frustra,
  O som dos canhões te assusta
  Apenas esqueça que um dia terei que ir embora e estará tudo bem, mestra.

  Mas talvez a fumaça marque presença no espetáculo desta noite
  Que sabor terá o fogo?

  Agora no ar fica apenas aquela mesma brisa
  Nem todos os pássaros continuam seu canto
  No céu azul as nuvens escuras se arrastam
  Um sabor de queimaduras paira no ar
  Mas a dor...
  A dor não irá ficar.

For H

 Sou apenas um pedaço de poeira no ar
 indigna até mesmo de ouvir um pássaro cantar
 Sou aquela figura que um dia se jogará no mar
 incapaz de um homem, verdadeiramente, amar.

 Meus olhos são assustadiços e cegos
 firmes, mas tristes e vazios
 e apesar da cegueira observam a todos de um canto frio

 Meus dedos são ageis e ligeiros
 e nada conseguem pegar
 mesmo que para puxar para mim o mundo estejam ansiosos
 só me servem para desejar

 Meus lábios são vermelhos
 murmuram palavras para te fazer se aproximar
 mas eles não alcançam seus olhos
 e só me sobra lamentar

 Atrás da face de Clara me escondo
 Assim nenhum espelho me mostrará a alma
 ferida, incompleta, abandonada
 E assim ninguém saberá qual foi meu crime hediondo

 Meu coração, ah, meu coração já foi firme e forte
 e agora está a deriva naquele mesmo mar onde tantas outras tentaram se matar
 Mas eu não quero me matar
 O que eu quero é te alcançar

 E abandonada nessa carteira rabiscada,
 um chiclete sem gosto e mais nada,
 lembro de sua voz e da minha fala embargada.

 Por que me esqueceu, meu amigo?
 Meus dias se resumiam a você, Higor,
 e agora mesmo tão perto, te sinto tão longe,
 como se algo em mim fosse desvanecer